sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Antas - Património

Capela

Associação

Entre o património construído e ainda existente, merece destaque a capela dedicada a Santa Maria e S. Braz, restaurada em 2 de Fevereiro de 1985 sob a responsabilidade do Padre Tiago Delgado Tomás. O orago S. Braz, associado às actividades dos lanifícios como padroeiro dos cardadores, também é o advogado das doenças da garganta e protector dos engasgos, como o comprovam os ditos populares, que devem ser acompanhados por uma pancadinha nas costa para produzirem o efeito: “ S. Braz de Canelas / que te abra as goelas” ou outra com teor menos indulgente “S. Braz de afogue / já que Deus não pode”.Além da capela, queremos destacar os moinhos de vento conhecidos desde há muito como peças fundamentais da memória patrimonial das localidades, embora alguns num deplorável estado de abandono e ruína. Implementados em sítios altos, de modo a tornar possível um melhor aproveitamento, a sua actividade depende essencialmente da força do vento que lhes faz mover velas e mós, em movimentos contínuos e repetitivos, ao som melodioso dos búzios que rodopiam ao vento. O moleiro, possuidor de conhecimentos técnicos bastante profundos, aliados a algumas noções básicas de eólica e de engenharia, era assim o responsável pela transformação dos grãos em farinha, um dos principais responsáveis pela fabricação do pão e, consequentemente, pela alimentação popular.O impacto que o moinho tem sobre a paisagem, bem como a característica artesanal de que se revestem todos os engenhos produzidos e fabricados por artífices especializados que dedicavam a sua vida a essa tarefa, parecem ser motivos de sobra para podermos considerar os moinhos como património histórico, arquitectónico, etnográfico de elevado valor e interesse. Sobre a sua história, sabemos que os primeiros moinhos de vento foram construídos provavelmente na Pérsia e o seu sistema, mais tarde aproveitado pelos Árabes, foi trazido para a Europa pelos Cruzados.A sua propagação pela Europa ocorreu entre os Séculos XI e XIII mas em Portugal a primeira referência histórica à sua existência data do século XIV. Nas nossas aldeias, como acontece em grande parte das zonas rurais, fruto da desertificação e baixa natalidade, a população estudantil é bastante reduzida.


Prof. Manuel Correia in Caminheiros

1 comentário:

Anónimo disse...

Viva as Antas!!!!